No dia 05.06.2022, celebraremos o  Domingo de Pentecostes, por isso vamos abordar um pouco sobre este tema.

O texto a seguir foi extraído do Livro De volta ao Catolicismo, de José Fernandes de Oliveira – Pe. Zezinho – SCJ – Subsídios para uma catequese de atitudes. Este livro é recomendado para todo aquele que quer se aprofundar um pouco mais no catolicismo e catequese.

Não sabemos muito mais do aquilo que está escrito na Bíblia e do que os teólogos – depois de muitos aprofundamentos – e as autoridades da Igreja colocaram como pontos de fé para nossa reflexão. Um católico sabe que Deus é Pai, Jesus é o Cristo, o Filho Encarnado; o Filho voltando ao Pai, nos infunde o Espírito Santo e o Espírito Santo aproxima os fiéis. Quem separa é o separador: dia-bolus, o demônio, o diabo.

A aparência do Espírito Santo? Não sabemos! Deus não é humano! Um pintor de hoje terá dificuldade e retratar exatamente como era o rosto de Cristo. Menos ainda poderia retratar o Pai.

Falar do Espírito Santo

Em Mateus 24,24-26 lemos, “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Estou avisando com antecedência. Portanto, se vos disserem: “Eis que ele está no deserto”, não saiais; “Eis que ele está no interior da casa”, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias”

Cuidados com alguns profetas da atualidade

Na mídia religiosa de agora, ouve-se dizer que o Espírito Santo envia mensagens a este ou àquele pregador. Sobretudo nos últimos 30 anos tem sido essa a tônica. Segundo dizem, Jesus envia a eles o seu Espírito com mensagens para aquele dia. De certa forma lembram Montano, Maximilia e Priscila. Em geral não aceitam ser questionados. Tomam tais questionamentos como ofensa ao Cristo e ao Espírito Santo e não hesitam em declarar parceiros do inimigo ou do demônio os irmãos e irmãs que, crendo em Cristo como eles, se recusam a aceitar que, de fato, o Espírito Santo lhes falou. Jesus manda questionar tais profetas.

Confusos

Uma pregadora em sua pregação de 50 minutos em um programa de rádio do ano de 2007, por cerca de 40 vezes, ela confunde o Espírito Santo com o Verbo Encarnado. Para ela Jesus é “meu Pai” ou é o “Santo Espírito do Pai”. É uma impressionante salada dogmática. Mas ela, como milhares de outros que falam do Espírito Santo, tem acesso a milhões de pessoas pelo rádio e pela televisão. O que já não é tão fácil nem tão claro fica ainda mais pastoso e confuso. Típico dessa confusão é uma das preces distribuídas em folhetos em frente de alguns templos. Lá se lê:

Ó Divino Espírito Santo, paira sobre nós com tuas línguas de fogo e roga por nós a Jesus e aos santos para que consigamos vossa graça. Ó Maria, manda o Espírito Santo do teu Filho para curar-nos. Tu, ó Espírito Santo que és instrumento do Pai e do Filho para nos confirmar na fé, soprai de novo sobre nós para que sejamos testemunhas do Deus vivo!

Vejam vários erros numa só oração de três sentenças! O que fazer diante de tanta confusão e de tantos que, pensando estar na moda, aderem a uma doutrina sem conhecer os seus fundamentos?

Difícil de conhecer

Se é fácil falar do e ao Espírito Santo, é bem mais difícil conhecê-lo. Uma coisa é char que Ele atua em nós e outra é provar que atua. Parafraseando o apóstolo Paulo, uma coisa é achar que falamos inglês e outra é, de fato, falar inglês (1 Cor 14,7-8).

Uma coisa é achar que cantamos e tocamos bem e outra, de fato, canta e tocar bem. Assim como há muitos que se dizem cantores e músicos e não o são, porque tocam e cantam desafinados, há muita gente pregando desafinado sobre o Espírito Santo.

Ninguém pode sair por aí dizendo: acho que o Espírito Santo me disse algumas coisas, logo, vou passar isso adiante!.

Entre o que ele acha que foi aviso do Espírito Santo e a verdade tem que haver o discernimento, que muita gente não tem, nem quer admitir que outros tenham.

Montano chegou a proclamar-se porta voz da última revelação do Espírito Santo. Não foi o único. Joaquim di Fiori faria o mesmo quase dez séculos mais tarde, proclamando a era do Espírito Santo, denunciando a presença real do anticristo no mundo e dando datas para o fim dos tempos. Escusado é dizer que estava errado. Seu catastrofismo chamado milenarismo foi condenado pela Igreja. O Espírito Santo não lhe havia dito o que ele dissera ter ouvido.

Para encerrar

Outros fizeram e ainda fazem o mesmo para angariar adeptos. De certa forma, o Espírito Santo é hoje a pessoa mais caluniada da Santíssima Trindade. Com enorme facilidade atribuem a ele o que ele não fez e não disse.